RETRATOS-DO-CARNAVAL

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A série "Retratos do Carnaval" transcende a mera representação festiva para mergulhar em uma profunda investigação sobre a condição humana na contemporaneidade. As obras, que capturam momentos e personagens do Carnaval, são, na verdade, um espelho para a análise das complexas máscaras sociais que moldam nossa existência. O Carnaval, em sua essência brasileira de explosão e desinibição, é aqui ressignificado como um microcosmo da sociedade atual, onde a busca frenética por prazeres efêmeros e a satisfação mundana e rasa frequentemente mascaram uma profunda carência de substância.

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A premissa central da série parte de uma reflexão que dialoga com a filosofia e a psicologia. Assim como em outras festividades que envolvem disfarces e a assunção de papéis – do antigo teatro grego às celebrações folclóricas – o Carnaval permite e até incentiva uma fuga da identidade cotidiana. Essa "fantasia" ou "ilusão" do Carnaval, no entanto, é analisada aqui não apenas como um escape lúdico, mas como um sintoma de uma era que valoriza o superficial e o transitório em detrimento da profundidade e da perenidade.

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O brilho, as cores e a euforia aparente do Carnaval servem como um véu, por vezes deslumbrante, que oculta a carência de um propósito maior. Em um mundo dominado pela velocidade das informações e pela instantaneidade das satisfações, a série questiona a real profundidade das experiências que buscamos e o impacto dessa superficialidade na formação do indivíduo e da coletividade. Há uma sugestão de que, por trás da grandiosidade da folia, jaz um vazio, uma desconexão com valores mais substantivos como a virtude, a autoconsciência e o crescimento pessoal.

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"Retratos do Carnaval" é mas um convite à introspecção. Através da linguagem pictórica, a série desafia o observador a ir além do visível, a questionar as próprias máscaras que utiliza e a refletir sobre a genuinidade de suas buscas. É um chamado à autoanálise, um estímulo para que cada um contemple o que realmente se esconde sob a folia das aparências, impulsionando um caminho de maior autenticidade e crescimento interior. A arte, neste contexto, age como catalisador para uma reflexão sobre o significado profundo da existência humana em meio à efemeridade e ao brilho ilusório.